Painel Em Mosaico Pharmacopolium

Descrição

Painel em mosaico "Pharmacopolium" - A farmácia

Obra está sendo executada para o Estado Brasileiro e será colocada no átrio da UFCSPA ( Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre).

A obra retrata uma farmácia medieval com 4 personagens, o contador, a compradora, o vendedor e o trabalhador. Ao fundo em um ambiente de perspectiva arquitetônica estão guardados diversos frascos de substâncias medicinais. A cena é composta com tres arcadas em primeiro plano intercaladas com 4 colunas. Entre as curvas dos arcos estão colocados dois medalhões: Em um deles o design homenageia os medalhões cerâmicos do "ospedale degli innocenti" em Florença retratando os recém nascidos envoltos em bandagens, no outro uma alusão à Asclépio o deus da medicina na mitologia greco-romana. Asclépio porta o seu bastão com a cobra significando o bastão a sabedoria e a cobra duas coisas, o uso das substânicas da natureza como fármacos e o poder que o médico tem de tirar a doença de uma pessoa como a cobra deixa sua pele velha e machucada pela nova. 

Mais informações:

Sobre a simbologia da obra:

Temos nele uma composição de figuras medievais sobre um fundo muito renascentista, Com a perspectiva bem geometrizada e totalmente perfeita em seus arcos e sua simetria, tudo  minuciosamente dentro das proporções áureas e fibonacci, dentro dos parâmetros compositivos da geometria, dando um total sentido de exatidão à composição. Mas porque figuras tão orgânicas e imprecisas sobre um fundo totalmente métrico e preciso? Pois esta é a arte humana que reflete a arte divina. A geometrização perfeita reflete o primeiro mundo científico que foi conhecido, as leis de Newton, os precisos cálculos inteiros e as geometrias compreendidas por seu todo.  Já as figuras em uma composição artística nos trazem sentimentos e impressões diversas e humanas, elas refletem a imprecisa lei fractal que  jamais será totalmente conhecida e que será sempre intocável à completa compreensão humana.  A matemática fractal dos números irracionais, das leis da física quântica, de todos os números primos, é o finito e o infinito juntos se completando, é o compreensível e o incompreensível, é o jogo de nossa existência num completo perseguir do conhecimento a fim de dominar as imprecisões da existência humana ao mesmo tempo sabendo que jamais a dominaremos por completo. A arte nos ajuda a compreender e a aceitar a nossa condição humana.

Composição da obra

Esta obra é uma releitura de uma pintura medieval de autor desconhecido que representa uma farmácia da mesma época numa cena de rotina. Nela existem  personagens com hierarquias distintas, se nota ao centro os personagens principais: A compradora e o vendedor, possivelmente também o proprietário e conhecedor dos fármacos. Aos lados temos o contador e o trabalhador, um em postura séria e o segundo resignado, possivelmente um servo de grau mais baixo de trabalho braçal.

 Esta cena re desenrola sobre um fundo arquitetônico composto baseado nos "porticados" medievais, galerias cobertas por onde o comércio principal acontecia, hoje substituído pelas marquises. Este "porticado" é composto de três arcos plenos simétricos e nos tímpanos (espaço entre os arcos) foram representados em um a simbologia de Asclépio, deus grego da medicina e em outro uma releitura dos medalhões que representam recém nascidos envoltos por bandagens do “ospedale degli Innocenti” em Florença.  Em uma interpretação medieval com tendências renascentistas as colunas ficaram com seus fustes mais esguios para render leveza ao conjunto e em uma composição que leva em conta também os números e seus significados os três arcos simbolizam as diversas trindades da cosmologia: três são os níveis das faculdades mentais:  consciente inconsciente e subconsciente; três entes compõe o ser humano: mente, corpo, espírito; três sãos as dimensões dos objetos: Largura altura e profundidade. Portanto o número três confere sacralidade à obra.

“Assim estamos todos eternizados, os mecenas, os artistas e todos que participaram direta e indiretamente para que a obra existisse.“

Leonardo Posenato